quinta-feira, 7 de abril de 2011

sobre a Ficção Científica (Sci-Fi)





Literatura de Ficção Científica

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Máquina do Tempo / Fundação (trilogia) / Crônicas Marcianas

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Ficção Científica

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Intro

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Enredos com viagens e viajantes excêntricos em terras e épocas nunca dantes exploradas. Paisagens oníricas e civilizações bizarras. Novas tecnológicas para libertação e para escravização. Novos mundos de dominação e/ou livre-entretenimento. Tudo 'ficção científica' ou pode ser real?

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As origens da Ficção-Científica (ou Science-Fiction, ou Sci-Fi) estão nebulosamente confundidas com as narrativas de fantasia e de aventuras, tanto que alguns consideram as origens na obra fantasia-terror de Mary Shelley, “Frankenstein”, enquanto outros apontam o pluri-imaginático Jules Verne, autor de “Viagem à Lua” (ou “Da Terra à Lua”, “De la Terre à la Lune”, 1865), autor mais representativo na categoria 'Aventuras'. (O livro é famoso pela ideia de se lançar uma cápsula tripulada até a Lua através de um disparo de um imenso canhão! É justamente o método – propulsão – usado nas viagens da segunda metade do século 20, após a invenção dos foguetes (rockets/missiles/aircrafts) – pelo engenheiro alemão Wernher von Braun, 1912-1977, que trabalhou para os nazistas, e depois para NASA)

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Realmente inspiradas em técnicas científicas, as narrativas de Verne não atingem o nível de 'cientificismo' de um H. G. Wells (Herbert George, 1866-1946) que na virada do século 19 para o 20, ao nutrir-se de todo um clima de 'vitória da ciência sobre a incultura e a barbárie', conseguiu criar uma série de obras que podemos, sem dúvida, declarar Ficção e Científica. Não apenas fantasia, mas uma busca de 'legitimação' nem que pseudo-científica, para os eventos da fantasia.

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E muitas vezes é assim: Fantasia e Realidade co-abitando um mesmo cenário. É a Terra que os marcianos invadem. É na Terra que a viagem no Tempo é ousada. É na Terra que o cientista se torna um 'homem invisível'. O comum, o cotidiano se confunde com o inusitado, o bizarro. E tudo plenamente 'justificado' com algum 'lei científica'. (E nem vamos considerar aqui o quanto há de 'arbitrário' nas tais 'leis' científicas, deixemos esta questão para o matemático-filósofo Bertrand Russell, 1872-1970.)

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A Ciência é sempre invocada para 'dar ordem' a um fenômeno inicialmente inexplicado. Suas 'leis' re-estabelecem um lugar de 'normalidade' no que parecia caótico. E por que? Nada mais que a Ciência tornou-se uma espécie de 'Religião secular'. (E tanto que religiosos passam também a usar argumentos científicos para defenderem seus sistemas de crenças!)

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O autor de SciFi tem assim um 'faro' para testar tais 'leis' inexoráveis e ousar os limites destas validades universais – o que seria 'normal' num planeta como a Terra seria normal nos anéis de Saturno? Nas geleiras de Plutão? Seres que vivem de gás carbônico desenvolvem inteligência? Seres com guelras no fundo do mar desenvolvem civilização? Naves de mundos exteriores podem atingir e atacar o nosso planeta? Máquinas podem se deslocar no tempo?

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O terror que muitas vezes a SciFi desperta advém das ousadias que testam os limites do poderio da Ciência: até onde a Ciência serve aos propósitos humanos e quando ela passa a dominar a vida humana? Ou ainda: a Ciência é nossa serva ou somos meros reféns dos avanços científicos? Afinal, a cada 'conquista' científica ficamos ainda mais dependentes. Como seria nossa vida sem navios, trens, automóveis, ar condicionado, elevador, telefone celular, computador?

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Fora isso: as possibilidades de 'outras' realidades – universos paralelos e/ou alternados – ou que a realidade não seja exatamente o que pensamos ser – realidade manipulada, ou virtual – seja por extraterrestres, viajantes do tempo ou programadores digitais. Filmes tais como “Tron” (1982) e “Matrix” (1999) mostram o quanto estes temores – e fascínio! - convivem com as invenções mais inovadoras da nossa época, o mundo tecnológico. Dominamos as invenções, ou somos dominados?

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Controlamos os nossos destinos? Ou algum grupo de 'iluminados' detêm um poder sutil e oculto que nos 'manobra' ? E sem que sequer tenhamos uma desconfiança – ou se desconfiança, não temos provas! Estes grupos de 'conspiradores' – sejam ETs, sábios oligárquicos, vampiros e/ou magos, comunistas, gnósticos, merovíngios, maçons, Templários, Sábios de Sião, Illuminati, reptilianos, intraterrenos, etc – atuariam nos 'bastidores' do poder que julgamos ser o nosso 'poder democrático'!

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Nas temáticas de Viagens no Tempo e de Impérios e Guerras nas Galáxias, com uma fartura de sub-temas e variações de enredos, é de se pensar: A Terra (será este mesmo o nome?) pode até ser parte de um 'Império' não humano (quem sabe não dos 'Reptilianos'?) Os OVNIs podem ser intra ou extraterrestres – ou podem também ser do Futuro! Pode ser possível que as futuras gerações tenham 'descoberto' a viagem no tempo e se arriscado a fazer-nos uma 'visitinha'...!

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Ou o que podemos dizer dos 'anjos', os seres alados que visitavam constantemente os nossos remotos antepassados? Os patriarcas hebreus, os reis assírios, todos se comunicavam com 'criaturas aladas' com ares antropomórficos! Os 'anjos' podem ser aliens? Abraão recebeu a visita de ETs e acreditou ter visto seres astrais, do Além, advindas do Trono do Altíssimo? Por que não? Soa 'blasfemo'? Os deuses podem ser 'astronautas'? Seres de outro planeta? Ou de nosso próprio planeta nos séculos futuros?

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ETs / Reptilianos?


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Questão ufológica: extraterrestres ou viajantes do tempo?

Realismo fantástico?



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Eram os Deuses Astronautas? / E von Däniken


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Conspirações? / Os Illuminati


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Sobre o contexto das obras. Em quais culturas as obras de SciFi são mais significativas ? (Não consideremos aqui quantos autores existem, nem qual país bate os recordes. Sabemos, por exemplo, que a Polônia tem um mercado abundante de SciFi, mas somente Stanislaw Lem – autor de “Solaris” - se destaca.) Todos os livros de Ficção Científica e Distopias – os próximos seis ensaios – são escritos em língua inglesa, sendo três autores ingleses e dois norte-americanos. Por que temos este predomínio da língua inglesa?

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Há uma visível hegemonia anglo-saxã que se inicia nos fins do século 16 – na Era Isabelina, a mesma época de Shakespeare e da derrota da Armada espanhola. Ao longo do século 17, os ingleses lutam entre si – as guerras civis – depois conquistam a Irlanda e a Escócia, e povoaram o Canadá, a Nova Inglaterra (futuramente os primeiros 'Estados Unidos'), e a Austrália.

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Depois venceram – depois dos espanhóis – os holandeses, os franceses, depois perderam os Estados Unidos (no início do século 19), mas venceram os franceses de Napoleón, depois dominaram os mares e a Ásia-África (Egito, Índia, África do Sul, Birmânia) e derrotaram os alemães – duas vezes, em duas guerras mundiais (1914-18 e 1939-45), além dos italianos e japoneses (que foram 'aliados' na I Grande Guerra).

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Os norte-americanos – que receberam o 'cetro' das mãos dos britânicos – passaram ao predomínio das esferas militares e tecnológicas – em 'guerra fria' com os russos soviéticos – para lançarem satélites e missões tripuladas ao espaço sideral. Assim foram os norte-americanos os que primeiramente pisaram na superfície lunar (a menos que tenho tenha sido uma montagem hollywoodiana!) e atualmente pensam em missões tripuladas à Lua e a Marte. Quem viver, verá.

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Assim, com a hegemonia da ciência experimental e aplicada (armamentos!), os anglo-saxões estão na crista da onda da Ficção de Ciência – até como uma forma de divulgar a Ciência, como pensavam Arthur Clarke e Isaac Asimov, dois autores que aprimoraram – ao lado de Ray Bradbury e Philip Dick – as narrativas de aventuras-com-toques-de-ciência.

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Algumas similaridades e paralelismos e alegorias

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Em Time Machine (de H G Wells) temos um livro de aventuras – porém não no 'espaço', mas na 'quarta dimensão', o Tempo. Se lembra as obras de Jules Verne, em alguns momentos, por outro lado é de todo diferente. Estamos no Futuro, não no interior da África ou nos ermos dos pólos.

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Foundation (trilogia, depois série de Asimov) pode ser lida como a história da Decadência do Império romano e a consolidação do Cristianismo, onde há um grupo de sábios – ou místicos – que se dedica a armazenar o conhecimento para poder em algum futuro não muito distante 'reconstituir' a civilização perdida.

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A Queda da República e a origem do Império é uma temática derivada que está presente nas obras do diretor de cinema George Lucas – A Guerra nas Estrelas ( Star Wars) , em seis partes, desde 1977– onde a força do Imperador advém da fraqueza dos republicanos. Os republicanos resistem, mas o Império sempre contra-ataca, como sabemos.

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The Martian Chronicles (série de contos de R. Bradbury) podem ser lidas como as crônicas 'siderais' da colonização europeia mundo afora... assim como os marcianos foram extintos pela invasão terráqueo, antes foram os indígenas da América e tribos da África.... o 'choque de civilizações' em que uma delas é vitimada... não há cooperação, mas extermínio.

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Os ETs/os marcianos

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Os marcianos são os grandes 'outros' para os terrestres – os 'possíveis vizinhos' que são indiferentes aos nossos dramas – ou aparecem para uma catastrófica invasão. Ou então – é assim o livro de Bradbury – nós vamos fazer uma visita aos vizinhos, e ambos os lados finalmente sofreram as consequências do 'estranhamento'.

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No mais por que o interesse na leitura de obras fantasísticas de Ficção Científica?

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O interesse de ler tais romances de SciFi – principalmente Asimov e Bradbury, e também A. Clarke – é ver como os autores dos anos 40 e 50 do século 20 imaginavam a nossa era – o fim do século 20 e o início do 21. Um era de computação, viagens espaciais, mineração na lua, colonização de Marte, expedição para Júpiter e Saturno. Que imaginação não tinham tais autores! Que otimismo! “2001 Odisseia no Espaço” ou “Crônicas Marcianas” mostram a ciência vitoriosa, onipresente, ainda que os homens tenham que pagar o preço.

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Interessante: Glossário de Termos da Ficção Científica .


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Leonardo de Magalhaens




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