sexta-feira, 16 de julho de 2010

Os Miseráveis - P3 / Marius (2/2)




Sobre Os Miseráveis (Les Misérables, 1862)
do escritor francês Victor-Hugo (1802-1885)

As Obras Clássicas (ensaio 3)

O Romance Burguês enquanto Epopeia moderna
Parte III - Marius

2/2




Mas está pobreza, esta desventura, será um 'depurador' das qualidades do jovem de educação clássica. Daí o Livro V ser intitulado “Excelência da desventura” (Excellence du malheur). Temos aqui o Marius indigente, fora do conforto da família burguesa, quando o jovem passa a conhecer a realidade da vida das classes mais modestas – menos favorecidas – da capital francesa. Marius está pobre e mal-vestido, e só mantém ainda o orgulho. Se Marius não fosse um jovem honesto e admirável, teria caído no submundo, no crime, no lado sombrio da vida urbana.

O Narrador mostra vívida admiração pela personagem – aliás, como ele mostrou em poucos momentos, quando descreveu a 'recuperação' de Jean Valjean, no papel do bom cidadão père Madeleine. “A vida, a desventura, o isolamento, o abandono, a pobreza, são os campos de batalha que têm os seus heróis; heróis obscuros maiores por vezes que os heróis ilustres.” (“La vie, le malheur, l'isolement, l'abandon, la pauvreté, sont des champs de bataille qui ont leurs héros; héros obscurs plus grands parfois que les héros illustres.” I, p. 709)

Eis a Miséria enquanto mestra cruel. Afinal, o título do livro é “Os Miseráveis”. “No primeiro dia, ele comia a carne, no segundo dia ele comia a gordura, no terceiro dia ele roía os ossos.” (“Le premier jour il mageait la viande, le second jour il mangeait la graisse, le troisième jour il rongeait l'os.” I, 709) e mesmo assim o Marius continua a recusar os 'donativos' da tia burguesa. A descrição da vida miserável do jovem, em seus estudos de inglês e alemão, para fazer traduções, faz com ele conheça a Literatura a partir do lado 'utilitário'. Não é um literato em 'torre de marfim', não é um burguês que tem a literatura como passatempo. Este conhecimento literário será sua forma de sobrevivência.

Marius passa a morar na masure (pardieiro) Gorbeau. Sim, exatamente o lugar onde morava a família Jondrette, e onde outrora vivera Valjean com a menina Cosette – até fugirem, e conseguirem abrigo no convento, onde a menina se tornará moça. Em sua vida modesta, Marius segue entre a fome e os livros. Uma vida simplificada, calculada centavo a centavo. O impulso para ser independente leva o moço à vida modesta, à solidão, aos estudos. Aqui há um discurso idealista, “Em todas as suas provações ele [Marius] se sentia encorajado e muitas vezes levado por uma força secreta que tinha dentro de si. A alma ajuda o corpo, e em certos momentos a carrega. É o único pássaro que sustenta sua gaiola. “Dans toute ses épreuves il se sentait encouragé et quelquefois même porté par une force secréte qu'il avait en lui. L'âme aide le corps, et à de certains moments le soulève. C'est le seul oiseau qui soutienne sa cage.” II, p. 712)

No plano narrativo, sabemos que Marius espera encontrar um certo 'Sr. Thénardier' que salvou o seu pai no campo de batalha em Waterloo (e é até irônico: nós, os leitores, sabemos porque o tal Thénardier 'salvou' o oficial, afinal ocupava-se em saquear os bolsos dos mortos e agonizantes...!) o jovem Marius – com seus 20 anos - há 3 anos fora da casa do avô, o conservador a se mostrar firmeza e indiferença, mas no fundo idolatra o neto. O avô sente a falta doneto (o 'petit drôle'), “Marius lhe fazia falta. Os velhos precisam de afeções como de sol” (“Marius lui manquait. Les vieillards ont besoin d'affections comme de soleil”, III, p. 714)

Marius – o neto pródigo – vive a pobreza, a miséria, e supera as dificuldades com honestidade, ou seja, vive na solidão com dignidade. Amizades? Somente com o tesoureiro da igreja ('marguillier') Sr. Mabeuf, aquele que contou ao jovem sobre o pai amoroso que vê o filho às ocultas. O Sr. Mabeuf, de vida modesta, até aprova as opiniões políticas, mas prefere os livros. Ainda mais numa época de 'tumultos políticos' como aqueles de 1830 e 1832, segundo veremos.

Interessante: em época de 'ebulição cívica', a paixão política de Marius se esfria. “A revolução de 1830, ao satisfazer, em acalmar, tinha ajudado. Ele continuou o mesmo, próximo à raiva.” (“La révolution de 1830, en le satisfaisant, et em le calmant, y avait aidé. Il était resté le même, aux colères prés.” e “Na humanidade ele escolhia a França, da nação ele escolhia o povo; do povo ele escolhia a mulher.” (“Dans l'humanité il choisissait la France; dans la nation il choisissait le peuple; dans le peuple il choisissait la femme.” V, p. 723)

Idealista, o jovem Marius? “Agora ele preferia uma ideia a um fato, um poeta a um herói...” (“Maintenant il préférait une idée à un fait, un poëte à un héros...” p. 723) No mais, Marius ajuda os vizinhos pobres, os Jondrette. Até paga o aluguel deles – anonimamente. Os burgueses acompanham as revoluções (ou 'as revoltas') através dos jornais tendenciosos. Consideram como arruaças de estudantes - coisa que muito preocupa o avô conservador, que lembra do neto estudante. Há todo um ódio do avô contra os jacobinos, republicanos, 'carbonaro' (rebeldes italianos), também contra os 'românticos'. “É republicano, é romântico. O que é isso, romântico? Faça-me a gentileza de dizer o que é? Todas as loucuras possíveis.” (“C'est républicain, c'est romantique. Qu'est-ce que c'est que ça, romantique? faites-moi l'amitié de me dire ce que c'est que ça? Toutes les folies possibles.” VI, p. 726)

E o avô chega até a citar uma peça do próprio Autor, Victor-Hugo! A peça “Hernani”, de 1830, que causou alvoroço devido ao seu 'drama romântico'. [Neste drama encontramos um 'herói romântico' ao estilo Lord Byron, sedutor e fatal, anjo e demônio.] Percebe-se que o velho Gillenormand passa a representar os adversários conservadores do próprio Victor Hugo. (Assim, no duelo avô X neto, entendemos a preferência pelo jovem)

mais sobre o drama “Hernani
http://fr.wikipedia.org/wiki/Hernani_(Hugo)

Temos o conservador contra os liberais, na primeira parte do século 19, enquanto no século 20 temos os liberais conservadores contra os 'comunistas' (a englobar todos os militantes de 'esquerda', sejam socialistas, anarquistas, leninistas, social-democratas...) Dono da palavra, o velho esbraveja, “Cidadãos, eu vos declaro que vosso progresso é uma loucura, que vossa humanidade é um sonho, que vossa revolução é um crime, que vossa república é um monstro, que vossa jovem França virginal sai do bordel.” (“Citoyens, je vous déclare que votre progrès est une folie, que votre humanité est un rêve, que votre révolution est un crime, que votre république est un monstre, que votre jeune France pucelle sort du lupanar...”, p. 728)


Livro VI

A narração continua agora um pouco afastada da política. Afinal, algo mais deve acontecer a um jovem. Uma paixão amorosa, por exemplo. O título é sugestivo, “A conjunção de duas estrelas”. Eis o que nos espera.

Marius, em seus passeios, vislumbra, numa alameda deserta do Jardim do Luxemburgo, uma jovem, acompanhada por um senhor idoso. A mocinha tem uns treze ou quatorze anos, magra, sem charme. Tinha uma palidez e um ar de menina séria, daquelas que vivem em conventos. Pai e filha ali faziam seus passeios, ou “Mademoiselle Lanoire & Monsieur Leblanc”, segundo dizem os estudantes.

Depois de seis meses, Marius retorna ao Luxemburgo e tem uma surpresa: a mocinha pouco charmosa agora se tornou uma interessante jovem! Uma jovem sempre modesta, discreta, de olhos baixos. Em outros momentos, ela levanta os olhos, “de um azul profundo e celeste”, mas ainda ele nota indiferença. Mas na primavera, há uma sutil troca de olhares. - Mas o Narrador é tão prolixo que embaça tudo (antes tivéssemos não-Narrador, daqueles shakesperianos, de “Romeo and Juliet”) a intrometer-se na paixão alheia até mais do que exige uma 'narração'. Parece uma voz irônica. Isso de Marius – subitamente! - mostrar apresentável. A vestir roupas novas, a desprezar a companhia dos 'amigos', a fingir que nem os conhece...

Mas os exageros retóricos do narrador enevoam o cenário. Esse é um dos problemas dos 'floreamentos' e 'digressões' dos poemas narrativos românticos de um Lord Byron, segundo veremos em ensaio futuro. O Narrador excessivo nunca diria apenas: Marius está apaixonado. Ao contrário, dedica um capítulo inteiro a descrever as fantasias amorosas da personagem. Talvez seja esta prolixidade a contaminar um Marcel Proust, em detalhismos e sondagens psicológicas.

Mas lembramos que esta paixão é a primeira de Marius – sendo uma 'momento de iniciação' – momento este rememorado nas cenas do passado do próprio autor. Possivelmente temos aqui vivências do próprio Victor Hugo. (No mais, este é um excelente 'modo de enquadramento' para situar a juventude da época, que não se preocupava apenas com estudos e política.)

Muitas páginas desta parte são 'datadas', isto é, pouco compreensíveis para nós que vivemos dois século depois. Mas o momento do apaixonar-se carrega algo de universal e atemporal. É esta característica que leva o leitor atual a se solidarizar com a 'prisão amorosa' do jovem Marius.

A paixão de Marius rompe a timidez do rapaz, que passa a frequentar o Luxemburgo, observa “a Senhorita Lenoire e o Sr. Leblanc”, e até seguir a mocinha (até a rue de l'Ouest, terceiro andar). Erro imperdoável. Tanto o senhor grisalho quanto a senhorita subitamente desaparecem do jardim, mudam-se sem deixar o novo endereço.

Livro VII

Vamos conhecer a trupe de bandidos, a Patron-Minette. Mas antes seguiremos digressões sobre as classes sociais, a posição dos pensadores (iluministas, socialistas, positivistas, revolucionários, jacobinos), enquanto dissertação sociológica alterna-se com narração, temos um 'corte vertical' da sociedade, do modo que encontramos num Balzac, autor de “Comédia Humana”.

Claro, temos uma digressão deveras datada – só para os contemporâneos ou historiadores. Poderia ser um artigo de jornal. Mas o Romance é assim mesmo: uma epopeia a englobar todos os gêneros – a narração, a descrição, a dissertação, em narrativas, cartas, poemas...

Se há uma 'alta Paris', uma 'elite', uma 'nata social', há igualmente um 'submundo', no 'terceiro subsolo' (“le troisième dessou de Paris”) dado à criminalidade. Neste submundo encontraremos as ervas daninhas, as trupes de marginais. Lá estão Gueuleme, Babet, Claquesous e Montparnasse, ou o fortão corpulento, o magro esperto, o sombrio-noturno e o lúgubre-cruel. É mesmo a 'Patron-Minette' a dominar o submundo, à margem, no subsolo. A pobreza é o reflexo invertido da riqueza.

A miséria leva ao crime. Mas nem todo miserável torna-se criminoso. Um exemplo é o jovem Marius. Mesmo na miséria, mesmo desesperado de amor (segundo podemos encontrá-lo no Livro VIII, O Marius pobre), pois a bela senhorita Lenoire e seu pai, o Sr. Leblanc, não mais foram vistos no jardim de Luxemburgo, nem na rua do Oeste.

Com o desaparecimento de sua 'musa', o jovem Marius cai em tristeza profunda. Não é mais o jovem entusiasta, idealista, decidido. Agora os passeios são cansativos e a solidão, um tanto entediante. “Ele se deixa cada vez mais a viver sozinho, sem rumos, abatido, com sua angústia interior, indo e vindo em sua dor como o lobo na armadilha, ficando ausente de tudo, embrutecido de amor.” (“Il se remit à vivre de plus em plus seul, égaré, accablé, tout à son angoisse intérieure, allant et venant dans sa douleur comme le loup dans le piège, quêtant partout l'absente, abruti d'amour.” I, p. 759)

Em suas caminhadas, ao redor dos subúrbios, Marius encontra um envelope com cartas de solicitação endereçadas a vários monsieurs e madames. Afinal, eis um pobre com 'boa redação', capaz de inventar 'personagens literários' (Don Alvarez, capitão espanhol de cavalaria, ou Genflot, literato, ou Fabantou, ator, dentre outros), são nada mais que nomes diversos mas do mesmo autor. Quem será?

Pouco depois, Marius recebe a visita da filha do casal de pobres Jondrette, vizinho ali na masure Gorbeau. É a jovem com uma carta, também a apelar para a caridade do bom monsieur. Ora, ora, trata-se do mesmo escrivanhador! Marius percebe que são cartas cada uma com uma história dramática, assinadas com nomes diversos, mas todas escritas pelo vizinho Jondrette – a arquitetar toda uma 'indústria' para “explorar a caridade de benfeitores”.

Na triste condição da família, imersa na miséria, destaca-se a modesta flor que não desabrocha, justamente a 'rosa na miséria', a intitular o capítulo, a mocinha que deseja atrair a atenção do estudante pobre. O retrato que o Narrador oferece é de miséria material e intelectual, de como a falta de bens básicos de subsistência fazem as pessoas perderem a dignidade e o respeito próprio. Esta família Jondrette é um triste exemplo. Logo saberemos quem são eles.

Mesmo com todas as dificuldade e penúrias, Marius percebe que não viveu a 'verdadeira miséria', pois ao seu redor, na vizinhança, existem pessoas que se entregam ao desespero ou a criminalidade. O moço observa furtivamente os vizinhos e presencia um cenário mesquinho. O Narrador tece digressões sobre as relações entre miséria e vício, entre penúria e decadência moral. Onde está o lema 'liberdade, igualdade e fraternidade' dos burgueses liberais? Onde está 'prosperidade' para todos os 'cidadãos'? Parece que sempre alguns são mais 'cidadãos' que outros...!

Mas a cena não é apenas de mesquinhez, tem uma importância narrativa. Afinal, aqui os cordões rompidos, dos capítulos anteriores, podem ser reatados. O pobre Jondrette adora amaldiçoar os ricos, mas não hesita em estender a mão para segurar algumas migalhas. As cartas fazem efeito: atraem a 'caridade alheia'. Ao observar os vizinhos, Marius reconhece um dos 'filantropos' que ajuda a família: é justamente o Sr. Leblanc, como diziam os estudantes.

O pobre Jondrette vem expor sua miséria, a penúria de seu lar e de sua família, para 'chocar' o filantropo e conseguir algumas 'benesses'. A pobreza enquanto 'teatro de horrores'. Meio ao horror da miséria, dentro do antro de uma mansarda humilde, brilha um raio de sol: a Srta. Lenoire acompanha o pai, nesta visita aos pobres. E Marius nem pode acreditar no que seus olhos percebem. “Ela reaparecia nessa sombra, nesse antro, nessa mansarda disforme, nesse horror” (“Elle reparaissait dans cette ombre, dans ce galetas, dans ce bouge difforme, dans cette horreur!”, VIII, p. 785)

Agora, o moço tem uma pista para reencontrar a jovem de seus sonhos e noites sem sono. Mas como seguir uma carruagem? A menos que ele recorresse aos 'serviços' de uma esperta mocinha acostumada aos 'desafios' da vida árdua: a filha de Jondrette. Enquanto uns procuram saber onde encontrar pai e filha, dentro da mansarda dos Jondrette, marido e mulher percebem reconhecer o tal 'filantropo'. E agora também o leitor começa a 'matar a charada'.

Onde devem ter se encontrado o pai e a filha (se forem mesmo pai e filha) e o casal Jondrette? E quem garante que eles se chamam 'Jondrette'? Mas, se forem os Thénardier, então entederemos tudo. A decadência dos mesquinhos taverneiros é até 'compreensível' e até 'merecida'. Ainda que o Narrador queira mostrar que as crianças sofrem com os 'pecados' dos pais. (Por isso, por exemplo, não fomos informados antes do nome da mocinha pobre, Éponine, a filha dos Thénardier).

Mas é assim que os fatos se precipitam: os Jondrette-Thhŕnardier já arquitetam toda uma cilada para capturar o Sr. Leblanc (que supomos ser Valjean, ou Último Fauchelevent). Aqui entra em cena a trupe de marginais, a Patron-Minette, seus vultos sombrios para fazerem o 'trabalho sujo'. Não há qualquer gratidão no meio dessa miséria – toda a bondade do 'benfeitor' é esquecida em nome da cobiça e da vingança. A narrativa novamente vem desnudar o que há de mais sórdido e deplorável: a miséria privando os miseráveis de qualquer diginidade.

Ciente das mesquinharias e más intenções do vizinho, o jovem Marius procura um posto policial, a fim de denunciar o crime anunciado. Ele ainda não sabe que o tal Jondrette é ninguém mais que o tal Thénardier, que teria 'salvado' o seu pai Pontmercy. Então essa coincidência – se é que há coincidências no 'universo' de Os Miseráveis, onde as personagens vivem a 'tropeçar' umas nas outras, de modo que a autoridade policial seja o mesmo Javert que conhecemos – vai gerar todo o dilema (que dificilmente poderíamos condensar aqui) onde Marius deve decidir entre o amor ao pai (e então não denunciar o vizinho) ou o amor a bela Srta desconhecida (e chamar a polícia para livrá-la da armadilha).

A constante relação antagônica miséria X virtude é constante em toda esta parte do extenso romance de Victor-Hugo. Temos os miseráveis que entram em decadência física e moral mas conseguem se 'redemir', enquanto outros afundam cada vez mais na humilhação, degredação, e no crime. Longe de 'determinismos sociais' – mais comuns nas análises ditas 'marxistas' – o Narrador aqui acredita mais na 'força interior' de alguns, como bem descreve em Valjean e Marius, capazes de resistir à auto-destruição na miséria.

Obviamente, Valjean vai escapar de mais uma aventura e particapará de outras, pois ainda temos umas 500 páginas pela frente. A alternância de digressão, descrição (de locais e personagens) e a narrativa propriamente dita permite um movimento 'cíclico' que conduz o leitor ao longo de um labirinto de mil e tantas páginas, nem todas necessárias ou compreensíveis.
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Leonardo de Magalhaens


http://leoleituraescrita.blogspot.com/



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notas

(1)O nome completo de Horacio era Quintus Horatius Flaccus, poeta, que escreveu uma carta ao amigo Aristius Fuscus, um erudito, e orador. “Horácio, amigos dos campos, saúda Fuscus, amigo da cidade.”
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Les Miserables – Project Gutenberg
Tomo III
http://www.gutenberg.org/catalog/world/readfile?pageno=1&fk_files=216512
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