quinta-feira, 19 de maio de 2011

sobre 'Segunda Fundação' - de I. Asimov (3/3)










sobre “Fundação” (“Foundation”)(1942, 1951, 1955)
obras (Trilogia e série) do
autor Isaac Asimov
(URSS, 1920-EUA,1992)


Literatura enquanto relatos de tempos futuros



3:3

Segunda Fundação / Second Foundation


O Mulo, depois de perder a valiosa pista da Segunda Fundação - fruto das pesquisas do psicólogo Ebling Mis, morto por um providencial gesto de Bayta Darell - no final do Livro 2 (Fundação e Império) – o grande conquistador volta para o planeta Kalgan, agora centro de um Império, e se dedica a 'consolidar' as conquistas.


Estabelecido e sem inimigo – por enquanto – o mutante Mulo cria uma Côrte de 'convertidos' mentais que são totalmente devotados e fiéis, incapazes de desobediência e muito menos traição.


Qual é o poder do Mulo? Basicamente, ele - não exatamente humano, mas uma mutação, um ser humano disforme com um cérebro altamente sensitivo e influente – pode sentir as emoções alheias e agir sobre as mesmas de modo a modificá-las para um outro padrão que seja de seu desejo. O mutante pode transformar o maior inimigo no maior devoto – pode transmutar ódio em adoração!


Sequer precisa de guarda-costas, guarda palaciana, outros soldados, nada disso. Ele 'ergue' um campo mental ao redor de si e pode perceber se há alguma animosidade contra ele. Ele sente o inimigo e pode derrotá-lo mentalmente. “O Mulo não precisa de proteção. O Mulo é o seu próprio melhor e mais poderoso protetor.” (“The Mule had need of no protection. / The Mule was his own best, all-powerful protector.” p. 12)


O Mulo apenas 'ajudou' a fortalecer a Fundação? Afinal “aquilo que não me destrói, me fortalece”, dizia o pensador alemão Nietzsche. Assim como Napoleón, no fim das contas, acabou por fortalecer a Grã-Bretanha; e assim Hitler acabou por 'abafar' a Europa e permitir a hegemonia norte-americana... Se a na primeira aparição o Mulo era uma espécie de Hitler conquistador, na segunda aparição – aqui em Segunda Fundação – ele se parece mais com um Stálin – um nomeado 'Primeiro Cidadão' – mais preocupado em 'consolidar' suas posições de ditador.

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Quando volta a perseguir o inimigo – prefere utilizar um não-convertido que ousa em procurar o mundo dos 'telepatas' onde ninguém antes pensara. Nem o general Pritcher – o inimigo que se tornou um dos maiores aliados! - em suas buscas nas circunferências e diâmetros da Galáxia. Pesquisas que resultaram em perda de tempo – como identificar um mundo de telepatas? Somente um Mulo poderia perceber e - agir contra - um mundo cheio de outros 'Mulos'. Todo um mundo que as forças do Mulo poderiam bombardear e arrasar fisicamente. E é exatamente o que ele ordena assim que julga ter sido guiado até o tão procurado mundo dos 'telepatas', num planeta sem renome, Tazenda.

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Afinal, o Mulo tem certeza de que o não-convertido nada mais é do que um 'agente' e por pouco não é desintegrado – somente sua força mental pode salvá-lo da vingança do mutante. Enquanto este perde tempo em duelos mentais – que duram questões de segundos! - outro agente ( seguramente alguém mais poderoso) adentra o 'campo de força mental' do mutante e aproveitará um momento propício para 'moldar' a mente do mutante – para que ele se contente em 'consolidar' o império e desista de mais conquistas.


“No desespero daquele momento, quando a mente do Mulo se abriu, o Primeiro Orador – pronto para aquele momento e seguro desde antes de sua natureza – entrou rapidamente. O que requereu uma insignificante fração de segundo para completar completamente a mudança.” (“In the despair of that moment, when the Mule's mind lay open, the First Speaker – ready for that moment and pre-sure of its nature – entered quickly. It required a rather insignificant fraction of a second to consummate the chage completely.” p. 68 )


Outra questão é saber quem é o 'narrador' de Segunda Fundação. O Narrador demonstra um temor e um fascínio pela figura e personalidade do Mulo – ou seja, não é tão 'imparcial' quanto o Narrador dos dois primeiros volumes (Fundação; Fundação e o Império). Certamente é alguém que viveu próximo a época – podemos até suportar a neta de Bayta, a romancista Arkady Darell, que o leitor conhece na Parte II.

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Sobre Arkady Darell
http://asimov.wikia.com/wiki/Arkady_Darell
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Imaginamos a romancista Arkady como uma possível narradora não apenas porque ela seja declaradamente uma 'escritora', mas porque explicaria a presença de uma heroína numa série repleta de heróis – Seldon, Hardin, Mallow – onde faltava uma presença feminina forte e marcante. Temos Bayta que sabe salvar a situação no momento certo, com sangue-frio e personalidade. A neta Arkady estaria explicitando sua admiração pela avó Bayta ao narrar o confronto sutil entre a heroína e o astuto mutante.


Mas o quanto Arkady saberia sobre a Segunda Fundação? Afinal, ela é uma habitante da Primeira Fundação (ou simplesmente Fundação) e nada entenderia de 'poderes mentais', próprios da 'outra' fundação.

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Nos momentos – alguns flashs – nos quais aparecem cenas da Segunda Fundação o tom narrativo é evasivo, incompleto, reticente, sigiloso, ou seja, ou o Narrador sabe pouco sobre o caso, ou omite informação de propósito. Possivelmente esta última hipótese, pois parece conhecer muito bem a organização, os 'cargos' exercidos, na fundação telepata. Ainda que não tenhamos os nomes dos protagonistas da 'outra' fundação, não saibamos onde vivem nem o que fazem – têm, porventura, nomes e profissões?

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São realmente seres de carne e osso? Se reúnem fisicamente ou mentalmente? Cidadãos comuns ou autoridades? Possuem dupla identidade? A atmosfera criada aqui é de incerteza e quase fantasia. Como entenderemos um grupo de praticamente 'telepatas' que nem sequer usam a 'linguagem' para se expressar? Usam expressões faciais, números e emoções disciplinadas ? Serão os Übermenschen, seres além-do-humano, imaginados por Nietzsche? Serão os homens ideais idealizados por A. Huxley?

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Não há hierarquia – todos conhecem plenamente o Plano de Seldon – mas uma organização ou uma cooperação onde os dados são compartilhados para a melhor compreensão de todos e uma defesa mútua. Afinal, nada ameaça o grupo internamente – visto que não podem ocultar emoções uns dos outros, não podem ser hipócritas ou hostis sem revelarem telepaticamente aos outros. Precisam confiar plenamente, ou o grupo já teria se desfeito tempo antes...!


“Considere uma sala!

A localização da sala não está em questão neste momento. É suficiente dizer que nesta sala, mais do que em qualquer outro lugar, a Segunda Fundação existia.



Primeiramente havia uma coisa na sala – protegida por uma ciência mental ainda imbatível pelo combinado poder físico do resto da Galáxia – o Primeiro Radiante, que conserva em sua essência o Plano de Seldon – completo.

Em segundo lugar havia um homem, também, naquela sala – o Primeiro Orador.

Ele era o décimo-segundo na linhagem de chefes-guardiões do Plano, e seu título não tinha nenhuma significância do que o fato de que nos encontros de líderes da Segunda Fundação, ele falava primeiro.”

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“Consider a room!

The location of the room is not in question at the moment. It is merely sufficient to say that in that room, more than anywhere, the Second Foundation existed.



For one thing, there was in that room – protected by a mental science as yet unassailable by the combined physical might of the rest of the Galaxy – the Prime Radiant, which held in its vitals the Seldon Plan – complete.

For another, there was a man, too, in that room – The First Speaker.

He was the twelfth in the line of chief guardian of the Plan, and his title bore no deeper significance than the fact that at the gatherings of the leaders of the Second Foundation, he spoke first.”
pp. 82-83


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Um Primeiro Orador que não tem qualquer oratória – afinal sequer fala! Tendo superado a linguagem, tendo se libertado das palavras – ambíguas e arbitrárias – por símbolos matemáticos e lógica aplicada, por controle de emoções e raciocínio avançado – o Primeiro Orador é capaz de se expressar sem subterfúgios ou vícios de linguagem. Certamente uma personalidade pouco poética – afinal a Poesia requer certo emocionalismo lírico e alguma ambiguidade – mas liberta dos males da incomunicabilidade.


“A fala, originalmente, foi uma invenção por meio da qual o ser humano aprendeu, imperfeitamente, a transmitir os pensamentos e emoções da própria mente. Ao dispor arbitrariamente sons e combinações de sons para representar certas nuances mentais, ele desenvolveu um método de comunicação – mas um cuja, em sua inabilidade e entorpecida inadequação fez degenerar toda a delicadeza da mente numa sinalização grosseira e gutural.” (“Speech, originally, was the device whereby Man learned, imperfectly, to transmit the thoughts and emotions of his mind. By setting up arbitrary sounds and combinations of sounds to represent certain mental nuances, he developed a method of communication – but one which in its clumsiness and thick-numbed inadequacy degenerated all the delicacy of the mind into gross and gutural signaling.” p. 83)


Percebemos que não há desconfianças no mundo do Primeiro Orador. A desconfiança surgiria do medo. Medo que surge do não-conhecimento do Outro por deficiência da linguagem – estamos incomunicáveis. Há todo um 'ruído de comunicação' entre nós – então temos medo e desconfiança. Queremos dominar o Outro – porque temos medo. Mas na Segunda Fundação há uma comunicação plena que supera as linguagens humanas 'comuns'. A fala é superada e com ela se supera a insegurança e a hostilidade – mais subprodutos do medo.


É o desenvolvimento da ciência mental – e não apenas da ciência física, científica, técnica – que liberta o ser humano. Uma sociedade que usa a linguagem – a fala incomunicável – está fadada ao fracasso, pois sofre de medo e, portanto, de desconfiança e desejo de dominar. Uma vez libertos da linguagem ineficiente – pela quase-telepatia dos símbolos e gestos, das emoções disciplinadas – os seres humanos desenvolvem sociedades não hierárquicas que preferem a total democracia da cooperação e do altruísmo. A Segunda Fundação, assim, equivale a uma Utopia em futuro distante.

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Se antes os cidadãos da Fundação, no planeta Terminus, sabiam da existência da Segunda Fundação, em algum lugar no 'extremo da Galáxia', nunca se preocuparam realmente – muito menos sabiam dos poderes da mesma – depois da 'resistência' ao Mulo passam a suspeitar de um 'governo paralelo' ou 'grupo de espiões' que domina a política que julgavam deles mesmos.


A Segunda Fundação seria um grupo de Mentes Superiores a conduzir a humanidade para as 'trilhas' do Plano de Seldon -e agem influenciando sutilmente aqueles que são influentes – os políticos, os cientistas, os empresários, os artistas, os sacerdotes, etc – assim como se fossem uma 'sociedade secreta', uns Illuminati, uns maçons do Espaço, a agir nos bastidores.

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Quem manipula quem? É a velha 'teoria da conspiração'. Sejam maçons, templários, Illuminati, ETs repetilianos, os 'poderes ocultos' sempre despertaram suspeitas. Estaremos sendo manipulados? E eis justamente o que incomoda os pensadores e os cidadãos da Fundação – que se sentem 'manipulados' por um poder externo, a tal Segunda Fundação. O que deveria ser uma aliada – pois faz parte do Plano de Seldon – acaba por surgir como uma ameaça.


O pai da Arkady – o Dr. Darell – estuda os padrões mentais dos humanos – como neurologia do futuro – para detectar se os cérebros (ou antes, os padrões mentais) estão sofrendo algum tipo de 'interferência', se estão sendo 'manipulados' por uma ação mental externa. E descobre que os 'poderes ocultos' são mais fortes do que imaginam. Podem 'moldar' emoções! Ou seja, um grupo de 'Mulos' em algum lugar da Galáxia...!


“Não havia realmente hostilidade na pergunta dele. Talvez nada mais que precaução; mas, de algum modo, causou uma longa pausa. Darell olhava de um para outro de seus convivas, então disse bruscamente, 'Porque não havia sentido na luta de Kleise. Ele estava competindo com um adversário muito forte em relação a ele. Ele estava detectando o que nós – ele e eu – sabíamos que detectaríamos – que nós não éramos nossos próprios mestres. E eu não queria saber! Eu tenho meu amor próprio. Gostava de pensar que nossa Fundação era a capitã da alma coletiva; que nossos antepassados não tinham lutado e morrido em vão. Eu pensava que seria mais simples virar a face quando eu não estava tão certo.”
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“There wasn't actually hostility in his question. Perhaps nothing more than caution; but, at any rate, it resulted in a long pause. Darell looked from one to another of his guests, then said brusquely, “Because there was no point to Kleise's battle. He was competing with an adversary too strong for him. He was detecting what we – he and I – knew would detect – that we were not our own masters. And I didn't want to know! I had my self-respect. I liked to think that our Foundation was captain of his collective soul; that our forefathers had not quite fought and died for nothing. I thought it would be most simple to turn my face away as long as I was not quite sure. [...]” pp. 97-98


Assim, um grupo de 'conspiradores' da Primeira Fundação começa a coletar 'padrões mentais' de vários cidadãos e lideranças da Fundação – e outros planetas sob hegemonia fundacional – para verificar quem foi 'moldado' (tampered) pelos agentes da Segunda Fundação. E fazem exames consigo mesmos para saberem quem é moldado ou não. A desconfiança está no ar – e ninguém confia nem em si mesmo! Confiar em si mesmo é sinal de não estar moldado Ou o contrário?


Mas será a Segunda Fundação apenas uma organização de agentes espiões ou uma instituição em algum planeta? Questão para quem 'acredita' na tal 'sociedade secreta'. Mas alguns acham que é apenas uma superstição – assim como muitos desdenham ETs e espíritos obsessores, atualmente – que é um mito criado por Seldon, e que nem teria tanta importância.


Os conspiradores acreditam que os agentes tudo observam e que os planos não podem levantar suspeitas. Então agem o mais 'comumente' possível. Mas Arcady quase 'ameaça' atrapalhar os planos quando ela embarca como passageira clandestina na espaçonave privativa de um dos conspiradores que é aficcionado por museus e coleciona tudo sobre o finado Mulo. Rumo ao palácio de Kalgan, ele pretende adentrar mais mistérios do mutante conquistador.


Assim, Arcady se descobre em Kalgan, o centro das intrigas da iminente guerra entre as forças do que restou do Império do Mulo e os planetas sob hegemonia da Fundação – assim como, na época da Segunda Guerra, eram Casablanca, Madrid ou Cairo – e a mocinha se imagina num romance! Mais metalinguístico impossível, ainda mais que a Arkady deseja ser escritora. Kalgan que fora outrora um planeta de veraneio, uma espécie de Acapulco ou Miami planetária que acabou por virar um centro de poder – e não conseguiu mais se libertar dos ambiciosos e ávidos por conquistas.


Logo a clandestina precisará sair de Kalgan – ela pode ser vítima das intenções matrimoniais do chefe local – o proclamado Lord Stettin- e acaba indo para Trantor em companhia de um casal de simpáticos anciãos, que tratam de negócios, representando uma colônia agrícola. O simpático casal de camponeses – mama e papa – que lembram muito os camponeses do Meio-Oeste norte-americano, ou do sul da Itália – camponeses bonachões e bem-humorados.


Simpáticos camponeses que sabem mais do que aparentam e deixam o leitor sempre um pouco 'desconfiado' – afinal estavam no lugar certo e na hora certa e resolvem tudo plenamente para que a mocinha consiga fugir! Ou a administração do Lord é muito ineficiente ou o casal de simpáticos anciãos 'movem algumas peças' que desconhecemos.


Kalgan, Trantor, novas peregrinações galácticas em 'saltos no hiperespaço', furando o tecido espacial em distâncias astronomicamente inimagináveis que somente velocidades acima da velocidade-da-luz poderiam percorrer em períodos temporais, digamos, humanos. Estas viagens por toda a Galáxia é o que tem de mais fantástico na série Fundação – que não se mostra exatamente científica' – ou forçadas 'explicações científicas' para fatos explicitamente fantasiosos. Mas como se trata de uma obra de ficção, nós, os leitores, desculpamos com prazer.


Pois bem, em peregrinações – mas se aproximando ou se afastando da Segunda Fundação? A pergunta que nunca se silencia: ONDE está o mundo dos telepatas? Se a localização pode ser Kalgan? Planeta de veraneio que foi conquistado pelo Mulo e, mesmo a pós a morte deste, é ainda um dos focos de militarismo e imperialismo na Periferia da Galáxia. E em que proporção os agentes da Segunda Fundação agem sobre os militaristas de Kalgan?


Não seria estranho que a sede fosse no centro do antigo Império – Trantor – de onde os agentes poderiam observar os movimentos nas Periferias. Mas o que restou nas ruínas da metrópole-planetária saqueada? Quem poderia 're-aproveitar', re-processar enfim, todo o conhecimento estocado nos corredores vazios da vasta e empoeirada Biblioteca Imperial?

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Para Arcady o 'outro extremo' de um círculo – a forma da Galáxia - é a volta ao ponto de origem. Logo o outro extremo de Terminus é o próprio Terminus. Uma 'intuição' que o Dr. Darell aceita e aplica. Pois, a Segunda Fundação pode ficar na própria Fundação em Terminus. Qual o lugar mais propício para 'manipular' os eventos? Qualquer pacato cidadão de Terminus pode ser um 'agente'? É paranóia?


Os conspiradores – eles próprios – podem ser moldados para 'conspirar'? As mudanças de humor podem indicar 'manipulação' mental? Como atuam os agentes da 'subversão' mental? A quem evitar e a quem salvar num mundo relativamente povoado onde se insinuam 'mentes superdotadas' que agem em prol de uma Causa a longo prazo? Dentre os conspiradores pode se levantar um traidor? De fato, pode haver um agente infiltrado...


(Lembramos o contexto histórico, a época em que foi escrito o livro 3 da trilogia. Após a Segunda Guerra Mundial o que ocorreu? Uma 'guerra fria' entre os norte-americanos e os soviéticos pela 'hegemonia mundial'. E agentes soviéticos e os comunistas se infiltravam em departamentos e setores políticos da Europa e da América. Tanto que resultou em perseguições na França e Grã-Bretanha, e no macartismo nos EUA. O comitê anticomunista perseguiu intelectuais, artistas, cidadãos que eram 'suspeitos comunistas'. Um dos casos mais noticiosos foi o o caso do Casal Rosenberg, em 1953.)

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mais info em

http://historiativanet.wordpress.com/2010/08/01/guerra-fria-o-que-foi-o-macarthismo/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Macartismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Julius_e_Ethel_Rosenberg
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Teria sido a Guerra Kalganiana (ou Stettiniana) incentivada pelos agentes da Segunda Fundação? Afinal de onde viria tamanha autoconfiança dos oficiais e soldados da Fundação ao enfrentarem as poderosas forças de Kalgan? Certamente a Segunda Fundação atuaria em Kalgan e Terminus ao mesmo tempo: nas forças do planeta agressor, os agentes instilam o 'derrotismo', e nas forças do planeta agredido, eles promovem a 'confiança na vitória'.


A vitória da Fundação sobre as forças agressoras de Kalgan vem a reforçar o sentimento de hegemonia dos fundacionais – mas não é o suficiente. Afinal, ainda há a Segunda Fundação. E precisa ser encontrada e neutralizada – ou até destruída. É então necessário que os agentes 'se deixem' encontrar. (Ameaçados por um invento do próprio Dr. Darell – um aparelho que produz uma 'estática mental' que praticamente tortura os telepatas...!) E, por fim, que alguns sejam até sacrificados – como se fossem mártires – para que os fundacionais acreditem que agora são os únicos 'líderes' da Galáxia.


“Ele [o Dr. Darell] franziu as sobrancelhas.

Mesmo que ele nada dissesse, seus pensamentos gritavam.

Tinha sido muito fácil – muito fácil. Eles tinham caído, estes invencíveis, caídos como vilões de romance, e ele não gostava disso.

Galáxia! Quando pode um homem saber que é um fantoche? Como pode um homem saber que ele não é um fantoche?”
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“He frowned.

Though he said nothing, his thoughts were shouting.

It had been too easy – too easy. They had fallen, these invincibles, fallen like book-villains, and he didn't like it.

Galaxy! When can a man know he is a puppet? How can a man know he is not a puppet?"

p. 181



Mas quando o Dr. Darell pensa que não é mais um 'fantoche' é justamente porque é um fantoche que não pode pensar que é um fantoche. Toda a vida dele e da filha Arcady foi apenas mais um 'elo' na cadeia de eventos do Plano de Seldon 'remediado' após a interferência dos poderes mentais do mutante Mulo.


O Estudante, futuro Orador, entende enfim a amplidão do Plano de Seldon ao compartilhar considerações psicohistóricas com o Primeiro Orador. (Primeiro Orador que participou ativamente dos bastidores dos eventos narrados, segundo percebemos nos parágrafos finais!) O quanto o sacrifício dos 'mártires' faz parte de uma cadeia de eventos que faz sentido a longo prazo.


“Essencialmente, foi necessário para as pessoas da Primeira Fundação serem completamente convencidas que elas localizaram e destruíram a Segunda Fundação. Deste modo, haveria uma reversão ao plano original. Para todos os efeitos, Terminus voltaria a nada saber sobre nós; a incluir-nos em nenhuma de seus cálculos. Nós estamos novamente ocultos, e salvos – ao custo de inquenta pessoas.” (“Essentially, it was necessary for the men of the First Foundation to be thoroughly convinced that they had located and destroyed the Second Foundation. In that way, there would be reversion to the intended original. To all intents, Terminus would once again know nothing about us; include us in none of their calculations. We are hidden once more, and safe – at the cost of fifty men.” p. 183)

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Assim, com a auto-estima da Fundação revigorado, o Plano de Seldon pode seguir adiante, a conservar o conhecimento e preservar o que restou da civilização imperial, através da Enciclopedia Galáctica, através da expansão dos usos da energia atômica, a progredir rumo a edificação do glorioso Segundo Império – ainda meio milênio no futuro.


abr/ mai / 11


Leonardo de Magalhaens

http://leoliteraturaescrita.blogspot.com/

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Asimov Enciclopedia
http://asimov.wikia.com/wiki/Isaac_Asimov

videos sobre Asimov's Foundation
http://www.youtube.com/watch?v=tZIGHbDsZl0&NR=1

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site (español)
sobre Fundação
http://usuarios.multimania.es/isaacasimov/Personajes_D-E.htm



Para a distinção entre Ficção Científica Hard e Soft
de acordo com a presença/ aplicação
de explicações / teorias científicas



Sci Fi Hard
ênfase mais ciências fisicobioquímicas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficção_científica_Hard

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Sci Fi Soft
ênfase mais ciências humanas e/ou fantasia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficção_científica_Soft

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Outros Autores Importantes da
Sci Fi

Ray Bradbury (1920-)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ray_Bradbury
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Arthur Clarke (1917-2008)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_C._Clarke
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Robert Heinlein (1907-)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_A._Heinlein
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Frank Herbert (1920-1986)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frank_Herbert
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Aldous Huxley (1894-1963)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aldous_Huxley
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Philip K. Dick (1928-1982)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Philip_K._Dick
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Stanislaw Lem (1921-2006)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Stanisław_Lem

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videos sobre Foundation
http://www.youtube.com/watch?v=EyApU_fUXXs&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=Gp708cvfsbM&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=Gp708cvfsbM&feature=related

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filmes sobre viagens estelares

2001 Space Odissey
http://www.youtube.com/watch?v=2DXMVG8fo3g&feature=related
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Solaris

1972
http://www.youtube.com/watch?v=1Tob56MebI8&feature=related

2001
http://www.youtube.com/watch?v=J2i9BjClEX8&feature=related
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Star Wars (desde 1977)
http://www.youtube.com/watch?v=9gvqpFbRKtQ
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Star Trek
http://www.youtube.com/watch?v=hdjL8WXjlGI
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Buck Rogers
http://www.youtube.com/watch?v=Qok-MJ8r38U
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Battlestar Galactica
http://www.youtube.com/watch?v=xHD1uPVkyk0
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Alien Oitavo Passageiro (1979)
http://www.youtube.com/watch?v=rCQj5xEc3Fg
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Starship Troops / 1997
Tropas Estelares
http://www.youtube.com/watch?v=Y07I_KER5fE

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Dune (2000)
(baseado no romance de Frank Herbert)
http://www.youtube.com/watch?v=xYWJn2GolrI


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Referências


ASIMOV, Isaac. Foundation. London: Granada, 1982

___________ Foundation and Empire. London: Granada, 1982

___________ Second Foundation. London: Granada, 1982



homepages / sites


sobre o 'universo' de Asimov
http://anglopor8a09.vilabol.uol.com.br/index.htm


na Wikipedia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Foundation
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LdeM

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